Situada em uma Vila Militar, na Avenida 2º Batalhão Rodoviário, nº 873, bairro Conta Dinheiro, a E.E.B Maria Quitéria iniciou suas atividades como Escola Isolada em 1946, sendo, com o tempo, transformada em Escola Reunida, Grupo Escolar e, por fim, em Escola Básica em 1972. Em décadas anteriores atendia os filhos de militares do Exército, porém, atualmente recebe alunos de diversos bairros próximos, além de crianças e jovens imigrantes da Argentina, Chile, Venezuela e Haiti, que encontram neste ambiente educacional não apenas conhecimento, mas também refúgio, alimentação e apoio emocional.
Apesar das significativas limitações físicas, com apenas nove salas de aula para atender 330 alunos do Ensino Fundamental ao Médio, pátio reduzido e falta de espaços adequados para educação física e recreação, a equipe liderada pela diretora Zaira Regina Nunes demonstra diariamente que a qualidade da educação não se mede apenas em metros quadrados, mas no compromisso de cada profissional.
Através do trabalho conjunto do Conselho Deliberativo Escolar, Associação de Pais e Professores e Grêmio Estudantil, pautados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a escola constrói um ambiente de diálogo e respeito mútuo. O corpo istrativo é composto pela diretora, assistente de educação, orientador educacional e assistente técnico pedagógico. O corpo docente é formado por 28 professores efetivos habilitados e ACT’s, além de merendeiras, pessoal responsável pela limpeza e policial militar (Projeto Escola Segura), que formam uma rede de apoio que transforma desafios em oportunidades de crescimento.
Diante das dificuldades, a EEB Maria Quitéria não apenas resiste, mas se destaca como referência, provando que a educação vai além das paredes de uma sala de aula. Seu trabalho diário, feito com recursos limitados, mas com imensa generosidade, merece não apenas nosso reconhecimento, mas também nosso apoio contínuo. A criação do hino escolar pelo professor Fábio Ribeiro Padilha, inspirado na história de Maria Quitéria e orientado pela professora Malu Viana Garcia, simboliza a identidade e o orgulho que permeiam esta instituição. Este marco cultural, juntamente com o brasão oficial, fortalece os laços comunitários e o sentimento de pertencimento, demonstrando o compromisso da escola em cultivar valores como cidadania, resiliência e orgulho comunitário.
“Pelos esforços incansáveis em oferecer educação de qualidade e acolhimento a estudantes de diversas realidades sociais e culturais, pela construção diária de valores de cidadania e respeito, pela capacidade de transformar limitações físicas em lições de superação e por acreditar no potencial de cada aluno, rendemos nossos mais sinceros aplausos à E.E.B Maria Quitéria, exemplo vivo de que a educação transformadora se faz com compromisso, amor e perseverança. Que sua trajetória continue inspirando toda a comunidade e que seu brilho possa, cada vez mais, receber o reconhecimento e apoio que merece”, reverencia a moção.
Quem foi Maria Quitéria?
Nascida em 1797, na cidade de São José de Itapororocas, antiga província da Bahia, Maria Quitéria de Jesus, a “Mulher Soldado”, heroína da Guerra da Independência. Em 1822, o Recôncavo Baiano lutava contra o domínio português, que se negava a reconhecer a Independência do Brasil. Humilde sertaneja baiana, Maria Quitéria atendeu ao chamado, motivada pelos ideais de liberdade que envolvia seus conterrâneos. Ante a posição contrária do pai, ela foge de casa e com o uniforme de um cunhado incorpora-se ao Corpo de Artilharia, posteriormente ao de Caçadores, com o nome de Soldado Medeiros.
Seu batismo de fogo ocorreu em combate na foz do Rio Paraguaçu, ocasião em que fica evidenciado o seu heroísmo. Ao fim de 1822, foi incorporada ao Batalhão dos Voluntários de Dom Pedro, tornando-se, oficialmente, a primeira mulher a assentar praça numa unidade militar no país. De armas na mão e participando de combates, tornou-se merecedora das mais honrosas citações de bravura, de valor e de intrepidez, ando a constituir referência do reconhecimento ao heroísmo da mulher brasileira.
e o documento original: ML 0114/2025.